quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

PERDÃO, PR. ISAQUE!

Há um pouco mais de vinte anos fui membro de uma Igreja Batista aqui em João Pessoa, que era pastoreada pelo pastor Isaque. Creio que ainda seja. Perdi o contato, mas até onde me chegam as últimas notícias ele permanece firme e forte no ministério que Deus lhe deu. 


O pr. Isaque foi meu professor no Seminário, de sorte que quando me acheguei à igreja que ele pastoreava foi motivo de muita alegria para ele. Tornamo-nos amigos, e eu, mesmo não sendo nem mesmo diácono, passei a ser um dos seus "braços" no ministério, ajudando-o naquilo que estava ao meu alcance.

Foi um tempo difícil. Na época, a Teologia da Prosperidade dava seus primeiros passos no Brasil, e como era de se esperar chegou à nossa Igreja. Logo, formou-se um grupinho que passou a professá-la e tentar inseri-la em nosso corpo doutrinário. Lamento profundamente ter feito parte deste grupinho. Eu era jovem, e a priori fui seduzido pela cobiça de me tornar rico, ter saúde perfeita e poder dar certas ordens em Deus... 

Encontramos ferrenha resistência no pastor Isaque. Embora ele não fosse muito bom nas palavras e retórica, era uma pessoa maravilhosa, um bom amigo e um ferrenho defensor da sã doutrina. Não tinha bons argumentos contra este joio que tomava conta de seu rebanho, e tentava muitas vezes desfazer desta heresia “na marra” mesmo. Chegou ao extremo de convidar algumas personas non gratas a se retirarem da Igreja... 

Um dia, conversando comigo em um dos nossos últimos debates sobre o assunto — havia profundo respeito entre nós dois, e embora eu estivesse seduzido por esta “novidade” ele sempre procurava me reconduzir ao bom caminho — e sem conseguir argumentar algo que me convencesse definitivamente, ele me disse do alto da sabedoria que as cãs lhe concediam: 

—  Um dia, amigo Zilton, você verá que eu tenho razão, que esta ‘falsa doutrina’ trará mais mal que bem à Igreja de Deus! 

Algum tempo depois, pelo fato de a Igreja não se conformar com a doutrina que eu então considerava mais correta, pedi meu desligamento. Saí sem inimizades, pela porta da frente. E a vida continuou... 

Passaram-se, repito, mais de vinte anos. A leitura da Bíblia me convenceu dos erros desta famigerada doutrina. Abandonei-a algum tempo depois. Tornei-me seu ferrenho combatente.

Não é preciso ser um gênio para observar que a Igreja cristã brasileira está completamente tomada por este joio. Mesmo nas igrejas mais tradicionais e ortodoxas sempre encontramos um grupo que professa crer nos princípios do ‘Evangelho Segundo Kenneth Hagin’. Vemos a cada dia os crentes com mais nojo e aversão à Bíblia e à sã doutrina, e apegados às experiências pessoais, experiências estas que vão de encontro com os princípios da Palavra. Vemos músicas "evangélicas" glorificando mais ao homem e às suas vontades do que a Deus. Vemos cultos colunares da igreja, como os de oração, doutrina e EBD, serem trocados por cultos de movimentos, vitórias, campanhas e coisas semelhantes. Vemos o povo de Deus mergulhado no ‘animismo cristão’, que exige tocar em alguma coisa ungida para poder obter sua bênção. Vemos as pessoas muito mais preocupadas consigo mesmas do que com o Reino de Deus. Vemos o dinheiro, o poder, o domínio e o ego se tornando o centro do culto, dos cantores e adoradores, das missões e dos líderes... 

Diante desta visão dantesca, só tenho uma coisa a dizer: 


PERDÃO, PR. ISAQUE! O senhor estava certo!

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