quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

TÔ TE FILMANDO...


Nas últimas semanas uma notícia inusitada surgiu na Internet: um “pastor” levou uma “ovelhinha” para um motel de sua cidade, gravou a aventura em vídeo e publicou-a em um site pornográfico. Alguém reconheceu os protagonistas e jogou as imagens no Youtube. Não deu outra! Milhares de pessoas viram a postagem, o fato tornou-se público e ele foi expulso da Igreja que pastoreava, teve suas credenciais pastorais anuladas e graças a este ato impensado (será?) a prática comum de imoralidade sexual nas Igrejas foi debatida em várias redes sociais e blogs.

Não é minha intenção falar deste pobre homem ou desta pobre mulher. Aliás, parece-me que estão reeditando a cena do Evangelho de João capítulo 8, aonde só uma pessoa está sendo trazida à roda para apedrejamento, embora duas estejam envolvidas no ato. A mulher, até onde foi divulgado, é casada e tem filhos, mas teve até seu nome mantido em sigilo, enquanto os holofotes da notícia foram apontados para o “pastor”, que teve nome citado e tudo mais que se tem direito! Sobretudo, não deve ser prática para a Igreja o condenar nenhum dos dois, ou quaisquer outros que venha a incorrer neste tipo de pecado. A disciplina existe, mas nela não inclui a execração pública e a condenação sumária. Sempre haverá a possibilidade de arrependimento e mudança de conduta!

No caso, não houve só pecado, houve também o VACILO. E dos grandes! As cenas não foram só filmadas pelo homem, mas a filmagem foi consentida pela mulher. Não foi câmera escondida. Para que foi feita tal filmagem? Para ser guardada como troféu, ou intencionalmente para ser postada em sites de pornografia?

Entretanto, o que me entristece, após a poeira começar a assentar (menos de um mês depois do “estouro” do escândalo já não se toca mais no assunto), é que somente em UM ASPECTO a coisa difere do lugar comum: a postagem. Até aonde me consta, este foi o primeiro caso aonde um “pastor” ou um “crente” promove tal filmagem de suas aventuras sexuais e a publicação do vídeo. Não sei se foi ingenuidade dele(a) ao postar as cenas em um site pornô, mas era de se esperar que tais imagens fossem descobertas. Desculpem, mas a realidade é que grande parte do público deste tipo de site é de “crentes”, dando vazão ao Onã que existe dentro deles!

O pecado do adultério ou da fornicação, entretanto, é mais comum do que parece! Eu já conheci “pastores” que fizeram o mesmo (exceto a filmagem e postagem). Entre levar as “ovelhinhas” para um motel, ou usar os gabinetes pastorais E ATÉ AS NAVES DAS IGREJAS para consumar o ato, já ouvi de tudo! O fato é que estes pecados já se tornaram arroz-de-festa em nosso meio, e muito comum entre a liderança. Conheci, aqui na grande João Pessoa, um caso onde a zeladora da Igreja, ao abrir o templo para a limpeza habitual, flagrou o pastor fazendo sexo EM CIMA DO PÚLPITO com uma ovelhinha dadivosa! Outro pastor, famosíssimo por publicar abertamente os pecados sexuais de seus pastores e auxiliares, de condená-los de forma vergonhosa e sem qualquer sinal de misericórdia, usando o púlpito para publicar seus pecados, expulsando-os da Igreja em pleno culto dominical e na presença de todos, um dia foi descoberto que mantinha um affair com sua secretária... Outro, chegou a afirmar que quando “conquistava” uma moça virgem, tomava todas as precauções para não deflorá-la... Quanto zelo pastoral!!

Repito que não é do meu interesse condenar quem quer que seja. As providências, no caso em destaque, já foram tomadas. Entretanto, antes de condenarmos e execrarmos quem quer que seja, lembremos que  nem eu e nem nenhum dos meus leitores estamos imunes a este tipo de tentação e pecado. Já nos ensinava o Pr. Josué, meu antigo professor de Homilética no 1º ano do Seminário, que “o diabo quando quer derrubar um homem veste uma saia”. Eu mesmo já fui alvo de queda parecida, quando bem jovem, recém convertido ao Evangelho.

Eu devia ter uns dezessete anos. Havia me convertido há pouco mais de um ano, quando fui seduzido (e me deixei seduzir!) por uma mulher. Eu passava férias na casa de tios, quando ela entrou em meu quarto enquanto eu dormia, deitou-se a meu lado... E eu caí. Mas eu me lembro exatamente da minha reação após a consumação do ato. TRISTEZA. VERGONHA. PROFUNDA SENSAÇÃO DE CULPA. Eu me senti o pior dos homens. Não consegui mais dormir direito naquela noite. No dia seguinte, a culpa me acompanhava aonde eu ía, como uma grande e pesada bola de ferro atada ao meu tornozelo...

No dia seguinte, ela repetiu a dose. Voltou a me “visitar”. Mas encontrou uma outra pessoa deitada à cama, um outro Zilton. Rejeitei-a. Cheguei a ser rude em determinados instantes. Falei-lhe que era crente (apesar de que ela sabia disto), que o acontecimento da noite passada tinha sido um erro, um pecado. Pedi-lhe perdão pelo que tinha feito na noite anterior (já havia feito isso para com Deus umas dezenas de vezes nas 24 horas anteriores!). Ela saiu arrasada e humilhada, repetindo sem parar que nunca havia sido rejeitada por ninguém...

Na época eu gostava muito de um cantor chamado Oséias de Paula. Ele cantava em seu hino “ENTREI NO TEMPLO” que “♫ ...Jesus não esquece | ♪ O pecador que padece | ♫ Mas não tem alegria em pecar”. Aquela tristeza em meu coração era o sinal de que o Espírito Santo não havia me abandonado, estava dentro de mim, convencendo-me do meu erro e me dando uma nova oportunidade. Pedi perdão ao Senhor, dezenas ou centenas de vezes, e sei que tive o meu pecado perdoado. Disto não tenho dúvidas, e nem tenho vergonha em confessar minha fraqueza diante de ninguém. Não sou, e nunca serei, um Super Crente. A esfera sexual é uma área que o inimigo se aproveita para me atacar sempre e amiúde. Mas o Senhor tem me dado vitória. Sei que sem a ajuda dEle eu não venceria tais provações!

Há alguns dias eu confidenciei à uma amiga um caso ocorrido comigo há algum tempo. Casado, “apaixonei-me” por uma moça da Igreja!! Como eu relatei à minha amiga, foi coisa de velho safado mesmo! A moça tinha idade de ser minha filha! Nunca houve qualquer troca de palavras, qualquer insinuação, qualquer aproximação, de nenhuma das partes. Ela NUNCA se insinuou para mim. Mas havia o sentimento em meu coração. Entrei em luta contra a minha carne. Afastei-me dela. Não contei à minha esposa para evitar problemas com o ciúme, e porque não chegou a ser necessário. Nunca ficava perto desta moça, nunca ficava sozinho com ela. Quando conversávamos (é claro que isto acontecia, devido às minhas funções na Igreja), eu sempre estava com a minha esposa ao meu lado. Graças a Deus, venci a luta contra a minha carne! Ora, quem disse que estamos livres deste tipo de tentação e imunes a estas quedas?? Bem disse o Senhor, antevendo o primeiro crime de sangue da humanidade: “Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o seu desejo, e cabe a ti dominá-lo” (Gênesis 4:7). Como diz um amigo meu, pr. Wanderlei Brant, “só venceremos definitivamente a nossa carne quando estivermos dentro de nosso caixão”.

As questões para que chamo a atenção com este artigo e com a divulgação de detalhes íntimos de minha vida são: aonde foi parar esta sensação de culpa, esta vergonha, esta tristeza pelo pecado consumado, este arrependimento, no meio da Igreja? Aonde foi parar a consciência de pecado, a luta contra a carne, a mortificação dos membros? Aonde foi parar a salutar estratégia de José, de fugir dos pecados sexuais? Deram lugar completamente à cauterização da mente relacionada aos pecados sexuais? O sexo fora dos padrões instituídos por Deus há muito tempo tornou-se prática comum na Igreja! Jovens namorados o praticam desde os primeiros dias do namoro! Alguns casos são notórios, mas os pastores nem se dão ao trabalho de impor qualquer disciplina. Quase todos nós, homens e mulheres, CERTAMENTE temos uma história para contar de tentações sofridas ou pecados cometidos nesta esfera (e se não o fazemos é simplesmente para preservarmos nossa boa imagem de crentes fieis e perfeitos!). Somos, isso sim, grandes hipócritas, que queremos acusar o próximo caído, e não reconhecemos que se nunca caímos é pela misericórdia de Deus, e não por nossos próprios méritos! Bem disse Paulo apóstolo: “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia” (1 Co 10:12). Falta-nos seriedade com o Evangelho, e falta-nos igualmente misericórdia para com os caídos.

Não quero absolutamente relativizar o acontecimento, e suavizar a disciplina. Pelo contrário. Está na hora de darmos um basta a estas coisas em nosso meio. Começando por nós mesmos! A disciplina deste “pastor” pouco adiantará, pois já prevejo que em no máximo um ano ele já terá sido readmitido às suas funções pastorais. Quem sabe, se tiver tal readmissão negada, ele mesmo não abre sua própria Igreja, e não chama a irmãzinha para auxiliá-lo como “obreira”, ou até “co-pastora”...

Se eu não me conscientizar de que preciso restaurar a vergonha antiga, que senti na minha queda, o sentimento de culpa ANTES MESMO de consumar qualquer pecado, o sentimento de que sou responsável pelo bom nome de “cristão” que carrego, quem sabe em breve um vídeo meu não estará publicado POR MIM MESMO, sem medos e sem culpas, em algum destes sites pornográficos? A banalização dos pecados sexuais já está implementada em nosso meio. Este “pastor” foi só o pioneiro. Outros vídeos virão. Quem viver verá! “Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda;  Eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra” (Ap 22:11-12).

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

1 SAMUEL 15 - UMA RELEITURA PARA NOSSOS DIAS


1 Então disse o Profeta ao pastor: Enviou-me o Senhor a ungir-te líder sobre o seu povo, sobre a Igreja: ouve, pois, agora, a voz das palavras do Senhor.

2 Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eu me recordei do que fez a Rede Globo à minha Igreja todos estes anos; como se lhe opôs no caminho, ensinando idolatria e espiritismo à nação, fomentando o ecumenismo e outras abominações maiores.

3 Vai, pois, agora e fere à Rede Globo; e destrói, totalmente, toda a sua programação, e não lhe perdoes; porém destruirás, desde as novelas às minisséries, desde os programas jornalísticos que ridicularizam a minha Palavra até os de auditório, desde os profanos até os considerados sagrados, desde os Reallity Shows até as revistas semanais.

4 E então se convocou o povo, e foi contado, milhares de pastores, e milhares de cantores e músicos.

5 Chegando, pois, à Rede Globo, puseram emboscadas em seu redor.

6 E disse o pastor aos que ainda temiam a Deus dentro da Rede Globo: Ide-vos, retirai-vos e saí do meio da Rede Globo, para que vos não destrua juntamente com eles, porque vós usastes de misericórdia com todos os cristãos, enquanto éramos ridicularizados por ela. Assim os que temiam a Deus se retiraram do meio da Rede Globo.

7 Então feriram a Rede Globo com a Palavra de Deus, desde o Oiapoque até o Chuí.

8 Mas preservaram o Festival Promessas, grande porta que havia sido aberta para a pregação do Evangelho dentro da Rede Globo; porém os BBBs, as novelas tipo “Salve Jorge” e outros programas considerados anticristãos destruíram totalmente.

9 E os pastores, os cantores e o povo perdoaram ao Festival Promessas, e o Troféu Promessas, o melhor que havia, e não os quiseram destruir totalmente; porém a toda a coisa vil e desprezível destruíram totalmente.

10 Então veio a palavra do Senhor ao Profeta, dizendo:

11 Arrependo-me de haver posto estes pastores e cantores como líderes do meu povo; porquanto deixaram de me seguir, e não executaram as minhas palavras. Então o Profeta se entristeceu, e toda a noite clamou ao Senhor.

12 E madrugou o Profeta, para encontrar com os pastores, pela manhã: e anunciou-se ao Profeta, dizendo: Já chegaram os pastores nas suas respectivas Igrejas, e eis que levantaram para si colunas. Então fez volta e passou, e desceu à primeira igreja.

13 Veio, pois, o Profeta ao pastor desta igreja; e o pastor lhe disse: Bendito sejas tu do Senhor; executei a palavra do Senhor.

14 Então disse o Profeta: Que brilho, pois, é este que eu vejo, reluzindo em meus olhos?

15 E disse o pastor: É o brilho dos Troféus Promessas da Rede Globo; os músicos e pastores os trouxeram; porque o povo perdoou ao melhor da programação global, as portas que foram abertas para a pregação do Evangelho, e trouxeram os Troféus para a glória do Senhor, teu Deus: o resto, porém, temos destruído totalmente.

16 Então disse o Profeta: Espera, e te declararei o que o Senhor me disse, esta noite. E ele disse-lhe: Fala.

17 E disse o Profeta: Porventura, sendo tu pequeno aos teus olhos, não foste por cabeça da igreja? e o Senhor te ungiu líder sobre Seu povo.

18 E enviou-te o Senhor a este caminho, e disse: Vai, e destrói, totalmente, a estes pecadores, os globais, e peleja contra eles, até que os aniquiles.

19 Por que, pois, não deste ouvidos à voz do Senhor, antes voaste ao despojo, e fizeste o que parecia mal aos olhos do Senhor?

20 Então disse o pastor ao Profeta: Pelo contrário! Antes, dei ouvidos à voz do Senhor, e caminhei no caminho pelo qual o Senhor me enviou; e trouxe o Festival Promessas, o melhor da programação da Rede Globo, a porta aberta para a pregação do Evangelho; e os demais destruí totalmente;

21 Mas o povo tomou dos Troféus Promessas como despojo, o melhor do interdito, para oferecer ao Senhor, teu Deus, na Igreja, para a glória dEle.

22 Porém o Profeta disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que o brilho e a glória dos troféus.

23 Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniquidade e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas líder de Seu povo.

24 Então disse o pastor ao Profeta: Pequei, porquanto tenho traspassado o dito do Senhor e as tuas palavras; porque temi ao povo, e dei ouvidos à sua voz.

25 Agora, pois, te rogo, perdoa-me o meu pecado; e volta comigo, para que adore ao Senhor.

26 Porém o Profeta disse ao pastor: Não tornarei contigo: porquanto rejeitaste a palavra do Senhor, já te rejeitou o Senhor, para que não sejas líder sobre Seu povo.

27 E virando-se o Profeta para se ir, o pastor lhe pegou pela borda da capa e a rasgou.

28 Então o Profeta lhe disse: O Senhor tem rasgado de ti, hoje, a Igreja de Deus, e a tem dado ao teu próximo, melhor do que tu.

29 E também aquele que é a Força da Igreja não mente, nem se arrepende; porquanto não é um homem, para que se arrependa.

30 Disse ele então: Pequei; honra-me, porém, agora, diante dos anciãos do meu povo, e diante da igreja; e volta comigo, para que adore ao Senhor, teu Deus.

31 Então o Profeta se tornou atrás do pastor; e e o pastor adorou ao Senhor.

32 Então disse o Profeta: Trazei-me aqui o Festival Promessas e os Troféus Promessas. E trouxeram-nos, e vieram a ele animosamente; e disseram: Na verdade, já passou a amargura da antiga rejeição que os cristãos tinham de nós!

33 Disse, porém, o Profeta: Assim como a tua influência corrompeu a Igreja de Deus, assim ficarão desfilhados os teus criadores. Então o Profeta despedaçou o Festival Promessas e os troféus perante o Senhor, na Igreja.

34 Então o Profeta se foi: e o pastor subiu a sua casa.

35 E nunca mais viu o Profeta ao pastor até ao dia da sua morte; porque o Profeta teve dó do pastor. E o Senhor se arrependeu de que pusera o pastor como líder da Igreja.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

MINISTÉRIOS FRACASSADOS

Olá, meu nome é Zilton Alencar. Sou músico cristão e blogueiro, e o meu Ministério é um fracasso!

Como você classifica o seu ministério, e quais os critérios usados nesta classificação??

Recomendo que, antes de classificar o seu Ministério ou o de algum líder, você assista ao Documentário!! Produzido pelo Yago Martins, tem mais de 1 hora de duração, mas cada minuto vale a pena!!

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

UM MONTE... DE BOBAGENS

É moda no meio evangélico de nosso país organizar grupos de pessoas para subirem a um monte e ali orar. Aliás, nem sei se realmente tem oração por lá, pois tirando por base os cultos de oração e os círculos de oração existentes hoje em nossas igrejas, que têm tudo (oportunidades, cantores, vasos, profetas, retetés, sapateados, muito barulho e muito “mover do Espírito”), só não têm mais oração (muito diferente dos cultos de oração da minha mocidade, onde tínhamos 15 minutos de louvor, 1 hora de oração e 30 minutos de pregação da Palavra), eu suponho que o que acontece lá no alto não seja tão diferente do que ocorre aqui embaixo!...

Primeiramente, deixo mais uma vez muito claro que sou pentecostal. Creio nos dons espirituais conforme descritos em 1 Co 12:1-11, mas creio também na ordem e na decência aplicados ao  uso dos dons na Igreja, conforme relatado em 1 Co 14:1-40. Creio que o padrão dos crentes de Beréia em examinar as Escrituras é o ideal, pois do contrário eles não teriam sido elogiados no texto sagrado (At 17:11). 

O maior problema é exatamente este conjunto de regras deixado por Deus na Bíblia. Observando-se o que acontece nos cultos, totalmente inspirados nas experiências e na pseudoliberdade do Espírito (não existe liberdade sem disciplina), concluimos que ou Deus se enganou ao inspirar os capítulos 12 e 14 de 1 Coríntios, ou as normas ali dispostas foram feitas justamente para limitar e muito o "agir de Deus" no nosso meio, que na grande maioria dos casos parece ser o agir da carne mesmo! Daí o motivo de tais regras não serem obedecidas, e os ditos “espirituais” desprezarem as normas deixadas pelo próprio Deus para a Igreja: em nome de uma liberdade antibíblica do Espírito Santo eles querem fazer o que bem querem e entendem, desprezando a Palavra, embora Paulo deixe muito claro, falando das normas de 1 Co 12 e 14, que “se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor” (1 Co 14:37). Você é profeta? É espiritual? Bem... Não preciso dizer mais nada em relação a este assunto. Agora, é com você a decisão se vai passar a seguir o que está escrito, ou vai continuar fazendo o que te der na telha em nome da "liberdade do Espírito"!

Creio também fielmente que os homens devem orar em todo e qualquer lugar (1 Tm 2:8), e isto inclui os montes. Não é correto desprezar nenhum ambiente, seja ele o ambiente de trabalho, a rua, a nossa casa, o leito do hospital, a praia ou o monte. Entretanto, é importante analisar a prática de oração nos montes à luz das Escrituras.

Chegam aos nossos ouvidos muitos relatos de experiências em montes, desde os “moveres” existentes até a suposta luz na vegetação rasteira, que parece fogo e parece dar o aval da presença de Deus no ambiente. Entretanto, é bom lembrar que nos guiamos por fé, e não por vista (2 Co 5:7). Não quero necessariamente tratar destes fenômenos ou analisa-los, visto que nunca os presenciei. Quero apenas falar algo, analisando tudo à luz da Bíblia sagrada, única regra de fé e prática que reconheço e que a Igreja deveria igualmente reconhecer. Afinal, nas reuniões espíritas também é possível visualizar luzes e outras manifestações, e nem por isso podemos afirmar que o que lá ocorre é de Deus...

Jesus tinha costume de se deslocar aos montes para orar (Mt 14:23; Mc 6:46; Lc 6:12). Era seu lugar de refúgio, onde ele podia orar em paz, longe das multidões. Mas é importante observar que Ele ORAVA SOZINHO, buscando privacidade que não tinha nas cidades e nos vales. Não há registros na Escritura que Ele levasse nem mesmo os apóstolos da "tropa de elite", Pedro, Tiago e João, e nem tampouco Ele mandou que orássemos em montes — Ele não proibiu, mas também não deixou como regra doutrinária.

No único relato em que Jesus convida os discípulos para subirem junto com Ele ao monte e experimentarem uma experiência sem limites, fica claro que eles não estavam preparados para grandes experiências (Mt 17:1-9), como parece também ser o caso de muita gente de nossos dias também. A falta de maturidade de Pedro, Tiago e João fez com que eles interpretassem mal a experiência, falassem bobagens e tivessem mais medo que regozijo com a manifestação do Reino de Deus.

A mulher samaritana julgava, junto com toda a sua comunidade, que o local mais adequado de adoração a Deus era o monte (Jo 4:19ss), da mesma forma que muitos crentes nos dias de hoje pregam que cultos, vigílias e orações nos montes são mais avivados, mais poderosos, onde a presença de Deus pode ser melhor sentida, os crentes ficam mais perto de Deus etc. Mas Jesus deixou bem claro que nem em Jerusalém e nem no monte eram os lugares adequados para a adoração.

Não há em qualquer lugar da Bíblia qualquer menção que no monte seja mais fácil Deus ouvir ou responder às nossas orações, assim como não há igualmente menção de que orar pela madrugada faça mais efeito que orar de dia. Estas são "lendas evangélicas" que ganham corpo em nosso meio e aos poucos ganham status doutrinário. Quem acredita nesta bobagem nem sabe que a sua crença fere os atributos divinos de Onipresença e Onipotência quando sugere lugares aonde "é mais fácil Deus ouvir"!


Jesus determinou como melhor lugar de oração o quarto secreto (Mt 6:6). Eu entendo este quarto secreto como um quarto, uma sala ou um monte, desde que seja o MEU LUGAR SECRETO com Deus, só eu e Ele, sem nenhuma interferência de terceiros, o que nem sempre é possível nos montes, a menos que eu suba sozinho. Os montes para o Senhor Jesus eram o Seu lugar secreto, únicos locais aonde Ele encontrava um pouco de privacidade, enquanto nos dias de hoje na verdade eles têm se tornado ambientes coletivos, onde os santos-de-carteirinha arrotam sua santidade diante dos "menos crentes", onde se fazem vigílias e outros tipos de reuniões, menos experiências secretas com Deus.
O ato de subir em montes também NÃO É sacrifício, embora algumas denominações "pseudoevangélicas" queiram associar a subida, com garrafões de água às costas, como um sacrifício dos pastores pelo povo. Se você sobe ao monte e faz o esforço da subida como sacrifício a Deus, reveja seus conceitos e olhe para o Calvário, ÚNICO sacrifício perfeito e aceitável por Deus.


Se o monte fosse o melhor lugar de oração, o lugar das grandes experiências com Deus, o lugar eleito por Deus como o melhor e o mais privilegiado, o que fariam os velhos, os aleijados, os doentes e os incapacitados de escalá-los? E as pessoas que moram em locais planos, aonde não existem montes? E os que esto presos às camas de hospitais, ou em celas de presídios? Deus estabeleceria lugares melhores, mais privilegiados, mas que alguns dos seus servos estariam impossibilitados de acessá-los? Eis porque, na sua sabedoria, Jesus escolheu o quarto, em secreto, como o melhor lugar de oração que existe! Todas as pessoas, moças ou velhas, pequenas ou grandes, independentemente da situação em que se encontrem, podem a partir de seu quarto orar ao Senhor e ter a certeza de que Ele ouve e responde às suas petições. Não podemos crer que Deus estabeleceria montes como locais privilegiados quando muitos não poderiam ir a este local... Isto criaria duas classes de crentes, uma mais privilegiada que a outra...

Paulo orienta que devemos orar em todo lugar (1 Tm 2:8). Logo, o monte está incluído, mas não é local privilegiado. Cada um escolhe o melhor lugar para orar, inclusive o monte. Eu tenho amigos que preferem orar em locais isolados; eu pessoalmente gosto muito de orar caminhando, no meio da rua mesmo, indo ao trabalho ou a qualquer outro lugar. Ninguém peca por preferir orar em montes, mas peca em dar-lhe a preferência ou a primazia sobre os demais locais de oração.

Este é outro problema:  a acepção de lugares e de pessoas. Os que oram no monte muitas vezes se julgam mais espirituais, melhores e detentores de maior comunhão do que aqueles que não o fazem. Julgam os que não têm esta prática de "frios" e outros "xingamentos gospel". Isto é faccioso e antibíblico!


Finalmente, o ambiente de reunião coletivo em montes deve ser acompanhado por pastores experientes e zelosos em relação à Palavra de Deus, pois se trata de mais um ambiente onde novidades são facilmente implantadas com o uso do sensacionalismo. Aproveita-se exatamente a ausência de pastores zelosos, ou a presença de pastores frouxos em relação à sã doutrina, para fazer-se o que se dá na telha! A falta de controle doutrinário torna o ambiente altamente propício para novidades e excessos que ultrapassam o que está escrito (1 Co 4:6). Não nos enganemos: desde Jesus somos alertados para falsos profetas! Temos que reconhecer que tem muuuiiiiita gente no nosso meio que, usando "profetadas", “visagens”, “revelamentos” e até mesmo truques de adivinhação e mágica, iludem os incautos e os induz a se afastarem da Palavra de Deus. Em Dt 8:11 e Dt 13:1-5 vemos o cuidado de Deus para que os seu povo, crédulo por natureza, não seja enganado ou desviado do caminho por pessoas inescrupulosas, portadores de agilidades mágicas.

Independente de ser o quarto, a rua, o monte ou qualquer outro ambiente, o importante é orar, buscar ao Senhor, encontrar tempo para conversar com Ele em local solitário. Podemos fazer isto em grupo também, em casa ou no monte. Mas tudo isso sem nos afastar das Escrituras, que quer queiramos ou não são a lâmpada fiel para iluminar nosso caminho e nossas escolhas. Cuidemos, pois, para não escolhermos o monte da multidão, ao invés do monte do a sós com Deus. Vigiemos, pois, para que o nosso monte não vire um monte de bobagens!

terça-feira, 30 de outubro de 2012

CONSEQUÊNCIAS DO NEOPENTECOSTALISMO


Ruy Cavalcante

O SINCRETISMO

A falta de uma teologia bem estabelecida sobre princípios coesos e em harmonia com a bíblia, associada ao pragmatismo predominante no movimento Neopentecostal deixam as igrejas, influenciadas por ele, desprotegidas quanto aos perigos do sincretismo religioso[1].

Hoje, em Rio Branco, a forma mais comum pelo qual esse sincretismo acontece é, sem dúvidas, entre as igrejas da visão G12 (ou M12), com sua visível mistura de doutrinas judaicas com o universo cristão descrito tão claramente no Novo Testamento, em relação à doutrina dos apóstolos, que nada mais é que uma releitura das práticas judaicas já envelhecidas (Hb 8:13). Consideremos o que o autor de Hebreus narra a respeito do Novo Pacto em Cristo:

Se ele estivesse na terra, nem seria sumo sacerdote, visto que já existem aqueles que apresentam as ofertas prescritas pela lei. Eles servem num santuário que é cópia e sombra daquele que está nos céus, já que Moisés foi avisado quando estava para construir o tabernáculo: "Tenha o cuidado de fazer tudo segundo o modelo que lhe foi mostrado no monte". Agora, porém, o ministério que Jesus recebeu é superior ao deles, assim como também a aliança da qual ele é mediador é superior à antiga, sendo baseada em promessas superiores. (Hebreus 8:4-6, NVI, grifo meu).

E ainda:

A Lei traz apenas uma sombra dos benefícios que hão de vir, e não a realidade dos mesmos. Por isso ela nunca consegue, mediante os mesmos sacrifícios repetidos ano após ano, aperfeiçoar os que se aproximam para adorar. Se pudesse fazê-lo, não deixariam de ser oferecidos? Pois os adoradores, tendo sido purificados uma vez por todas, não mais se sentiriam culpados de seus pecados. Contudo, esses sacrifícios são uma recordação anual dos pecados, pois é impossível que o sangue de touros e bodes tire pecados (Hebreus 10:1-4, NVI, grifo meu).

Dessa forma, a lei mosaica, base primordial da religião judaica, trata-se de algo limitado, que simplesmente reflete uma aliança superior, a aliança com Cristo, que por sua vez é a base de sustentação de todo o cristianismo. A esta afirmação corroboram não apenas os aludidos textos, quanto toda a doutrina neotestamentária, resgatada pela teologia reformada e pelos pais da fé cristã.

Entretanto é comum vermos em Rio Branco o povo de Deus confeccionando arcas[2], às quais atribuem poderes místicos capazes de “encher de glória” quem as toca. Vemos também a comemoração de festas judaicas que, na tradição israelense, apenas apontavam para o Cristo, até que ele viesse, fato este já ocorrido dois mil anos atrás. Além disso, há um resgate de vestes sacerdotais judaicas e referencias a inúmeros símbolos da nação de Israel que, como toda a Lei, sempre eram tipos[3] de Cristo ou das verdadeiras promessas conquistadas na cruz. Outro exemplo clássico, observado em boa parte das igrejas neopentecostais de Rio Branco é o uso do shofar[4], que até o advento do neopentecostalismo era totalmente alheio ao cristianismo, sendo absolutamente ignorado no novo testamento cristão, salvo quando se refere ao toque das trombetas no tempo do fim (Mateus 24:31; I Coríntios 15:52; dentre outros). De certa forma, o povo honra a Deus com os lábios, mas nega-o com suas obras, pois ensinam e praticam doutrinas que invalidam a obra de Jesus (Mateus 15:8-9), por puro pragmatismo.

Infelizmente, o “privilégio” de assimilar doutrinas e rituais de outras religiões não está limitado às igrejas da visão, pois assim como no restante do Brasil, em Rio Branco somos bombardeados diuturnamente com rituais outrora restritos às seitas de origem africana, e isso dentro dos templos.

Como não lembrar-se das entrevistas com demônios e dos objetos consagrados, que adquirem poderes espirituais para realizar curas e exorcismos, realizados diariamente nos diversos templos da IURD e/ou Mundial, práticas típicas dos terreiros da Umbanda e Candomblé[5]? Ou ainda das figuras papais (líderes infalíveis e inquestionáveis) presentes na grande maioria das igrejas Neopentecostais, típicas do catolicismo romano?

A verdade é que esse movimento gerou na comunidade evangélica rio-branquense (e brasileira) uma cultura cristã que se adapta à diversidade da população acreana, formada pela miscigenação de diversas etnias indígenas e povos imigrantes que aqui chegaram a partir do século XIX[6], de maneira que a comunidade local sinta-se atraída a tornar-se evangélica, sem a necessidade de negar antigas práticas religiosas tradicionais às suas culturas de origem, práticas estas que passam a ser camufladas com uma espécie de “capa cristã”, mas que na verdade continuam sendo doutrinas espúrias, ainda que travestidas de santidade.


[1] Na história das religiões, o sincretismo é uma fusão de concepções religiosas diferentes, ou, a influência exercida por uma religião nas práticas de uma outra.
[2] A Arca da Aliança é descrita na Bíblia como o objeto em que as tábuas dos Dez mandamentos e outros objetos sagrados teriam sido guardadas, como também veículo de comunicação entre Deus e seu povo escolhido. 
[3] Tipologia é o estudo das figuras e símbolos da Bíblia, com os quais Deus procura mostrar, por meio de coisas terrestres as coisas espirituais. Dessa forma encontramos no Antigo Testamento Deus falando das glórias celestiais através de coisas terrestres, ou seja, TIPOS que revelam o ANTI-TIPO.
[4] Shofar é um antigo instrumento se sopro israelita, a qual os judeus atribuem poderes espirituais e proféticos.
[5] BIANCHETTI, Thiago Angelin Lemos.  Elementos de Rituais Afro-brasileiros sob a Ótica de Resignificação Iurdiana: uma Etnografia dos Exus na Umbanda e na Igreja Universal do Reino de Deus. Instituto de Ciências Sociais da Universidade Federal de Alagoas, Maceió-AL, 2008.
[6] PIMENTA, José. A “invenção” do Acre como exemplo de brasilidade. Artigo publicado na Revista Linguagens Amazônicas, n°2, pp. 27-44, 2003.

Coletado de INTERVALO CRISTÃO

domingo, 28 de outubro de 2012

PROFETAS DAS URNAS


Mais uma vez, cumpri minha promessa. Atravessei todo o 1º Turno prometendo a mim mesmo que não faria comentários políticos em minhas redes sociais ou blog. Promessa cumprida! Prometi de novo que faria o mesmo no 2º turno. Mais uma vez cumpri. Saio na frente dos candidatos eleitos, pois todas as minhas promessas de campanha foram cumpridas! Alguns amigos meus nem sabem em quem votei para prefeito em minha cidade!

Agora que terminaram as eleições, posso fazer as minhas análises políticas, analisando principalmente o principal fator político que sempre ocorre nas Igrejas “Evangélicas” durante os períodos eleitorais, e que se repete bienalmente: os Profetas das Urnas!

Quem são eles? São homens e mulheres “de Deus”, que alardeiam pelos quatro cantos das Igrejas, mormente as neopentecostais, e que supostamente possuem o dom da profecia. Nos períodos eleitorais, abrem suas bocas para abençoar determinados candidatos, e entre línguas estranhas, sapateados e “passes gospel” (que aqui em minha terra eles chamam  estrategicamente de ‘corte de laço’), abrem suas bocas em nome de Deus, dizendo que tais candidatos serão vitoriosos, porque esta é a palavra do Senhor a respeito! Isto mesmo. Eles deixam MUITO CLARO que estão PROFETIZANDO, em nome do Senhor, e afirmam com todas as letras: “ASSIM DIZ O SENHOR: TU GANHARÁS ESTA ELEIÇÃO!”... Já vi esta prática muitas e muitas vezes, em épocas eleitorais!

Muitos "pastores" também entram na onda, cedem o espaço de seus púlpitos a seus candidatos (e de forma antidemocrática, pois se abre espaço a um candidato deveria abrir o mesmo espaço para os demais, ou pelo menos para os principais!), declaram-lhe publicamente seu apoio e, arrogantemente e sem nenhuma base para isto, afirmam categorica e profeticamente: “AQUI ESTÁ O CANDIDATO ESCOLHIDO POR DEUS!! ECCE HOMO!!”...

No apurar das urnas, seus candidatos perdem...

Ninguém tem o direito de falar em nome de Deus na esfera política, exceto se Deus revelar isso profeticamente. E se Deus revelar, não tenha dúvida que SE REALIZARÁ, pois "Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa: porventura diria ele, e não o faria? ou falaria, e não o confirmaria?" (Nm 23:19)! Então, como explicar que DEUS FALOU pela boca de seus "profetas", e a profecia não se cumpriu??

Seria mais coerente e prudente se estes "pastores" e estes "profetas" anunciassem seu apoio ao seu candidato, mas não o associassem ao nome de Deus! Primeiro, tomar o Nome dEle em vão é violação ao Mandamento, falta de respeito. Embora o voto seja secreto, os formadores de opinião podem, estrategicamente, declarar ou antecipar sua escolha, mas dizer em tom profético que este é o homem, declarar de forma absoluta que ele já está eleito porque é o escolhido de Deus é uma prática nociva, antibíblica e blasfema!

Já na antiguidade o profeta Samuel cometeu este deslize, de  reconhecer precipitadamente que estava diante dele o homem escolhido por Deus para reinar em Israel: "E sucedeu que, entrando eles, viu a Eliabe, e disse: Certamente está perante o Senhor o seu ungido. Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a altura da sua estatura, porque o tenho rejeitado, PORQUE O SENHOR NÃO VÊ COMO VÊ O HOMEM, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração" (1 Sm 16:6-7 - grifos meus).


Este "fenômeno eleitoral gospel" acontece muito, principalmente no 1º turno, onde muitos candidatos a vereador, deputado e senador, principalmente os que se dizem crentes, recebem dos "profetas do Senhor" a certeza da vitória, pois DEUS ASSIM DISSE! Mas no 2º Turno, mesmo com a derrota dos seus candidatos, eles continuam sem aprender a lição, e continuam (agora para os candidatos majoritários que foram ao 2º Turno) profetizando mentiras, como fazem mesmo nos períodos não-eleitorais. O problema é que os crentes não acordam, e não passam a tratá-los como devem ser tratados todos os falsos profetas! Preferem honrar os falsos profetas, desonrando a Deus.


Desde os tempos dos primeiros sacerdotes da Antiga Aliança, Deus convoca o povo a honrá-Lo acima de todos os deuses e demais homens. O profeta Malaquias (que só é lembrado na hora de se pedir dízimos e ofertas) falou em nome do Senhor, dizendo: "O filho honrará o pai, e o servo ao seu senhor; e, se eu sou Pai, onde está a minha honra? e, se eu sou Senhor, onde está o meu temor? diz o Senhor dos Exércitos..." (Ml 1:6). O sumo sacerdote Eli foi duramente censurado e castigado por Deus por causa desta inversão de honra: "Por que dais coices contra o sacrifício e contra a minha oferta de manjares, que ordenei na minha morada, e HONRAS MAIS A TEUS FILHOS DO QUE A MIM, para vos engordardes do principal de todas as ofertas do meu povo de Israel?" (1 Sm 2:29). Contudo, nos nossos dias quando alguém ganha a fama de ser "profeta do Senhor" se torna a voz infalível de Deus na terra, E MESMO QUANDO FALHA o povo teima em honrá-lo mais do que a Deus!

Deixemos duas coisas muito bem esclarecidas:


Profecia é coisa séria, embora esteja tão banalizada que sejamos “ensinados” a profetizar na hora que bem quisermos e entendermos, falando o que bem desejamos em nosso coração, para nós mesmos ou para outros. Esquecem-se estas pessoas que a Bíblia é clara ao afirmar que “nenhuma profecia é de particular interpretação, porque a profecia NUNCA FOI PRODUZIDA PELA VONTADE DE HOMEM ALGUM, mas os homens santos de Deus falaram INSPIRADOS PELO ESPÍRITO SANTO” (2 Pe 1:20-21 – grifos meus). Não se pode sair por aí profetizando o que bem queremos e entendemos, mas sim e somente O QUE DEUS MANDAR PROFETIZAR.

Observemos ainda o texto que relata a profecia aos ossos secos (muito usado pelos neoprofetas), que deixa bem claro quando o profeta deve abrir sua boca para falar em nome de Deus: “Veio sobre mim a mão do Senhor, e o Senhor me levou em espírito, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos. E me fez andar ao redor deles; e eis que eram mui numerosos sobre a face do vale, e estavam sequíssimos. E me disse: Filho do homem, poderão viver estes ossos? E eu disse: Senhor Jeová, tu o sabes. Então me disse: Profetiza sobre estes ossos, e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor. Assim diz o Senhor Jeová a estes ossos: Eis que farei entrar em vós o espírito, e vivereis. E porei nervos sobre vós, e farei crescer carne sobre vós, e sobre vós estenderei pele, e porei em vós o espírito, e vivereis, e sabereis que eu sou o Senhor. Então PROFETIZEI COMO SE ME DEU ORDEM; e houve um ruído, enquanto eu profetizava; e eis que se fez um reboliço, e os ossos se juntaram, cada osso ao seu osso. E olhei, e eis que vieram nervos sobre eles, e cresceu a carne, e estendeu-se a pele sobre eles por cima; mas não havia neles espírito. E ele me disse: Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho do homem, e dize ao espírito: Assim diz o Senhor Jeová: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam. E profetizei, COMO ELE ME DEU ORDEM: então o espírito entrou neles e viveram, e se puseram em pé, um exército grande em extremo” (Ez 37:1-10 – grifos meus). Entendeu?? É como diziam os velhos coronéis do Nordeste: "Manda quem pode, obedece quem tem juízo".


Também deixemos muito claro o tratamento que o próprio Deus estabelece para os falsos profetas, aqueles que profetizam em Seu Nome e a profecia não se cumpre: “O profeta que declarar, soberbamente, QUE FALA ALGUMA PALAVRA EM MEU NOME, SEM QUE EU LHE TENHA MANDADO FALAR, ou o que falar em nome de outros deuses, O TAL PROFETA MORRERÁ. E, se disseres no teu coração: Como conheceremos a palavra que o Senhor não falou? Quando o tal profeta falar em nome do Senhor, E TAL PALAVRA NÃO SE CUMPRIR, nem suceder assim, esta é palavra que o Senhor não falou: com soberba a falou o tal profeta, NÃO TENHAS TEMOR DELE” (Dt 18:20-22 – grifos meus). Sempre lembrando que a pena de morte estabelecida por Deus não nos compete executar, mas a mesma deve se proceder com o desprezo às profecias deste profeta, pois o não cumprimento das profecias demonstra claramente que se trata de um FALSO PROFETA, e não devemos teme-lo, seja ele quem for!

Dar apoio a um candidato é uma coisa (questionável, mas tolerável). Falar em nome de Deus, inventar sofismas, profetizar em nome de Deus a vitória do seu candidato é BURRICE e  BLASFÊMIA. Totalmente reprovável, tentar manipular politicamente a Igreja é zombar da inteligência dos fiéis. Sabemos que tem muita gente 100% manipulável nestes arraiais, mas a maioria do povo não é besta!


Creio que não preciso falar mais nada! Agora é com você, querido leitor. Você precisa primeiramente aprender que não depende de VOCÊ ou de qualquer profeta abrir sua boca e PROFETIZAR sem que Deus mande profetizar, COLOCANDO AS PALAVRAS NA SUA BOCA. Você fala O QUE DEUS MANDAR Se ele não mandar, fique calado. Não profetize os desejos de seu coração. E depois, você precisa reconhecer os falsos profetas, aqueles que profetizaram mas suas profecias não se realizaram, e trata-los como Deus mandou: com desprezo! Não dê crédito às suas profecias, principalmente as futuras.

A escolha é sua, se vai obedecer a DEUS ou aos FALSOS PROFETAS... Honrar a DEUS, ou aos FALSOS PROFETAS... Passar a seguir somente a DEUS, ou continuar seguindo aos FALSOS PROFETAS. Abraçar a verdade, ou a mentira. E eu já fiz a minha escolha! Como PENTECOSTAL BÍBLICO que sou, creio em profecias e sei que devemos honrar os profetas, os verdadeiros, aqueles que falam em nome do Senhor e transmitem apenas e somente a mensagem que Ele nos mandou transmitir. Como Ele mesmo disse:" Portanto, diz o Senhor, Deus de Israel [...] aos que me honram, honrarei, porém, os que me desprezam, serão desmerecidos" (1 Sm 2:30). Façamos o mesmo!

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

SALVE CRENTE — PARTE 2


Vamos continuar a falar da nova novela das 21h, pois continua sendo o assunto da semana, quiçá dos próximos meses! Isto ainda vai render muito...

Não pretendo falar se crente PODE assistir novelas, pois para mim isto é assunto já resolvido. Claro que pode. Não estamos debaixo de jugo de servidão. O crente é livre, pode tudo, inclusive pecar. A questão é se DEVE, e isso é um assunto de foro íntimo, de relacionamento do crente com o seu Deus, de conhecimento das Escrituras. Assim, como bem disse um amigo meu em seu mural, “o cristão, antes de escolher se vai ou não fazer alguma coisa, não pergunte O QUE TEM DE MAL, e sim O QUE TEM DE BOM”. Quer assistir? Você é livre, mas faça esta perguntinha básica. O que tem de bom nesta novela? Pesando as coisas boas, e medindo o que de mal existe, eu posso chegar à conclusão se devo assistir ou não.

Sim, também concordamos com a grande possibilidade de que as produções da Grande Emissora são consagradas aos demônios. Não duvidamos disso, e não nos espantamos com isso, pois se ela e seus diretores têm ligações com o Candomblé ou a Umbanda, não se pode esperar que eles consagrem seus trabalhos artísticos a Jeová, ou a Alá. Conheço uma jovem senhora daqui da minha cidade que trabalha com teatro. Ela é crente, e já produziu em um importante teatro pessoense uma peça de um destes diretores da Emissora A. Ela me confidenciou que este diretor, antes de fazer as apresentações, antes mesmo de fazer o primeiro ensaio, foi com todo o elenco a um terreiro de Umbanda... Isto não me impressiona! Pelo menos eles são coerentes, obedecem a seus deuses e trabalham dentro da linha de fé que professam.

O problema é que todo mundo já percebeu que o boicote à novela da Emissora A está arquitetado por uma grande Igreja, que por sua vez é dona da Emissora B, sua concorrente direta!

Os donos desta Emissora concorrente se dizem cristãos, mas permitem a veiculação de homossexualismo, pornografia e outras práticas não muito cristãs em toda a sua programação. Coam mosquitos, e engolem camelos, como bons religiosos que são. Quem tiver qualquer dúvida, assista o programa de auditório das tardes de sábado, ou seu próximo reality show campestre, e comprovará por si mesmo! Já assisti um episódio de um programa chamado TROCA DE FAMÍLIA (nem sei se ainda existe este programa) aonde a homossexualidade de um participante foi aplaudida, incentivada e louvada. Não me parece muito coerente, considerando que os “donos” da emissora e seus principais diretores são “bispos” de uma grande igreja que se diz cristã, e estes valores que eles estão veiculando na programação são antagônicos ao Cristianismo que eles professam...

Bem falou Paulo apóstolo aos crentes de Corinto: “Já por carta vos tenho escrito, que não vos associeis com os que se prostituem; Isto não quer dizer, absolutamente, com os devassos deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque, então, vos seria necessário sair do mundo. Mas, agora, vos escrevi, que não vos associeis com aquele que, DIZENDO-SE IRMÃO, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal, nem ainda comais. Porque, que tenho eu em julgar também os que estão de fora? NÃO JULGAIS VÓS OS QUE ESTÃO DENTRO? MAS DEUS JULGA OS QUE ESTÃO DE FORA. Tirai, pois, de entre vós, a esse iníquo” (1 Co 5:9-13 - grifos meus). Assim, considerando somente este parâmetro, me sinto mais a vontade em assistir a programação adúltera, homoafetiva e pagã da Emissora A do que a programação da Emissora B que tem os mesmos adjetivos, quando esta última Emissora TEM, ou deveria ter, COMPROMISSO com a fé de seus donos e de seus diretores! Ademais, o texto é claro: tenho autoridade e autonomia para julgar OS DE DENTRO, embora citem para mim, isoladamente e fora de contexto, Mateus 7:1 com o objetivo de me calar.

Uma coisa deve ser dita: o padrão de qualidade das novelas, minisséries e afins produzidos pela Emissora A — no quesito QUALIDADE, e não CONTEÚDO — dá um banho nas concorrentes. Por melhor que seja o conteúdo da minissérie veiculada pela Emissora B, com uma história extraída da Bíblia (apesar de que muita coisa extrabíblica foi usada na trama), a qualidade deixa muito a desejar, em vários aspectos.

Uma outra coisa para que chamamos a atenção de todos são os temas sociais que são expostos nas novelas da Emissora A, e a autora desta nova novela é especialista nisto. O tema da atualidade é TRÁFICO HUMANO. Neste aspecto, creio que esta novela tem muita coisa a nos mostrar desta triste, cruel e nojenta realidade de nossos dias. Homens e mulheres migram para fazendas dos rincões brasileiros com promessas de trabalho e bom salário, e encontram escravidão, senzalas e dívidas; mulheres também são traficadas aos montes para os países da Europa com propostas de trabalho como modelos e outros ramos, e são engaioladas no mercado da prostituição forçada. Este tema será abordado nesta novela, e nós, Igreja, não podemos nos dar ao luxo de boicotar uma novela por causa do título, ignorando seu conteúdo. Você pode optar por não assistir, mas tem que concordar com a relevância do tema!

É verdade que o título “Salve, Jorge” nos remete ao sincretismo religioso, ao Catolicismo, ao Candomblé e às demais religiões afro-brasileiras, como a Umbanda e a Quimbanda. Aliás, este tem sido o maior argumento apresentado para que os crentes não a assistam (observem que não há nenhum outro!). Pois bem. Alguém me explica por que os opositores se preocupam tanto com o nome da entidade afro-brasileira, mas não se preocupam com as PRÁTICAS das religiões afro? Ou não foram eles mesmos quem introduziram na “doutrina neopentecostal” símbolos e rituais das religiões afro?? Não são eles quem nos convidam para a Sessão do Descarrego nas sextas-feiras, orientando-nos a ir à Igreja vestidos de branco?? Não é nestas Igrejas aonde sal grosso, água “benta”, galhos de arruda, rosas ungidas e outros elementos do sincretismo são distribuídos aos fies (sempre por módicas quantias) como catalisadores do poder de Deus?? Não é nessas Igrejas aonde os demônios são tão valorizados que são entrevistados frente às câmeras de tevê, como se tivessem algo de bom a nos ensinar, como se não seguissem o mesmo padrão de mentira que o diabo? Se o diabo é chamado de pai da mentira por Jesus (Jo 8:44), o que tem ele e seus demônios de tão importante para nos transmitir, que recebem tratamento vip diante das câmeras e têm suas falas consideradas importantes para o ensino na Igreja?

A Igreja não deveria se levantar contra a rebeldia? Como, então, esta Emissora, de propriedade desta “igreja”, veicula em sua emissora uma novela chamada REBELDE, de gosto altamente duvidoso e fomentadora de costumes bem pouco cristãs no meio de nossos jovens? Título por título, prefiro o "Salve, Jorge" (que é apenas uma saudação, e por mais que seja usada nas religiões afro, pode ser usada dissociada da religião) do que "Rebelde", pois para mim rebeldia é ruim em qualquer lugar, qualquer Emissora, independentemente da religião!

Enfim, os militantes desta “grande Igreja” e defensores de sua emissora não têm autoridade e nem conduta cristã para julgar a programação da Emissora A, os títulos de suas novelas e muito menos seus pactos e compromissos feitos com seus deuses. Primeiro, precisará honrar a fé que dizem professar (como a Emissora A faz), mudar sua programação para algo que  seja coerente com o Cristianismo. Resumindo, eles devem tirar as traves de seus olhos, para poderem tirar o Jorge da Globo.

Repito o que falei em artigo anterior,sobre o mesmo tema: NÃO VOU ASSISTIR a esta novela. Pesei os prós e os contra, e não tenho o menor interesse em dedicar meu tempo a novelas. Mas vou acompanhar o debate acerca de seu tema social. E não vou julgar quem assistir ao citado folhetim. Afinal, gosto não se discute: se lamenta!

Em tempo: A Mafalda, embora seja uma criança e seja personagem fictícia, para mim é o símbolo desta celeuma toda. Ela sabe pensar, e deveriam os crentes se inspirar nela, usando o "célebro" só um pouquinho, de vez em quando...