domingo, 8 de dezembro de 2013

DESMISTIFICANDO A SANTA MÚSICA GOSPEL


Para muitos crentes, a música gospel é santa, pura e imaculada. Muitas vezes até superior às Escrituras, pois doutrinas são elaboradas com base em letras de músicas gospel, e não na Bíblia, e incorporadas ao corpo doutrinário de muitas Igrejas. A “Doutrina da Restituição” é um exemplo disso, pois embora não tenha NENHUMA base bíblica foi estabelecida após uma banda de sucesso gravar uma dezena de músicas tratando de restituição, de querer de volta o que é seu, buscando a restauração de tudo o que eu perdi mas é meu, e eu quero de volta, sete vezes mais, em dupla honra!!! Esta "teologia" há muito foi incorporada ao panteão doutrinário das igrejas, mesmo não tendo qualquer base escriturística...

Vez por outra eu comento com alguns amigos que a arte mais perseguida pela religião é a música. E sinceramente, não consigo entender o porquê. Música “do mundo” SEMPRE é pecado, ao passo que outras expressões artísticas "do mundo" são muito bem toleradas, e algumas até incentivadas. 

Não se deve cantar nem ouvir música “do mundo”, mas se pode assistir novelas (teledramaturgia), que têm como trilha sonora... MÚSICAS DO MUNDO! O mesmo se aplica a filmes, peças teatrais etc, que possuem trilhas sonoras com o mesmo tipo de música. 

Raramente vejo crentes serem disciplinados ou censurados por assistir seriados de terror como o THE WALKING DEAD (onde um grupo de pessoas luta contra zumbis, coisas a priori demoníacas e ligadas ao vodu e ao ocultismo), mas sempre vejo censuras e disciplinas por ouvirem músicas de bandas de rock, assistirem a shows como o Rock in Rio (embora os shows gospel sejam IDÊNTICOS a estes shows “do mundo”, completamente copiados inclusive nas coreografias, iluminação, pirotecnia...). 

Ouvir música do mundo é pecado, mas ler livros do mundo não é. Ou seja, se eu ler o poema FANATISMO da poetisa Florbela Espanca é cultura, mas se eu ouvir o mesmo poema que foi musicado pelo Fagner, é PECADO!  Ler um livro de sonetos do Vinicius de Moraes é sinal de superioridade literária de minha parte, mas se eu ouvir ou cantar os mesmos sonetos , muitos deles musicados pelo saudoso Poetinha e seus parceiros, é PECADO. Quem lê um livro do Carlos Drummond de Andrade e se depara com seu poema JOSÉ é um amante da boa literatura, mas quem ouve o mesmo poema na música do Paulo Diniz vai queimar no mármore do inferno!

As artes plásticas (quadros e esculturas) são toleradas (nunca vi ninguém ser censurado por ter um lindo e caro acervo nas paredes da sala de estar de suas casas). 

Como já falei, parece haver uma implicância com as músicas "do mundo", e tolerância absoluta com as demais artes "do mundo", mesmo que estas demais artes se utilizem, em segundo plano, das músicas "do mundo", como as trilhas sonoras. O fato de não se ouvir músicas "do mundo" se torna um diferencial que demonstra maior espiritualidade, maior santidade, maior status de crente! Entra aí a falsa piedade, o sentimento de que o crente é mais espiritual quando não ouve tais músicas, embora a Escritura afirme:


“Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes o seu entendimento e consciência estão contaminados.”  (Tt 1:15)

“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus.” (1 Co 10:31)
“Já que vocês morreram com Cristo para os princípios elementares deste mundo, por que é que vocês, então, como se ainda pertencessem a ele, se submetem a regras: "Não manuseie! " "Não prove! " "Não toque! "? Todas essas coisas estão destinadas a perecer pelo uso, pois se baseiam em mandamentos e ensinos humanos. Essas regras têm, de fato, aparência de sabedoria, com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e severidade com o corpo, mas não têm valor algum para refrear os impulsos da carne.” (Cl 2:20-23)

Com estes 3 textos já dá pra se ter uma ideia de que não existe pecado em ouvir músicas seculares... Obviamente que, se eu estou buscando musicas que fazem apologia aos valores e impurezas mundanas, estou incorrendo em erro, mas no geral em momento algum a bíblia trata o "ouvir música" como pecado.

Mas neste artigo eu quero falar sobre MÚSICA. Música gospel, a santa expressão do louvor musical e da adoração sonora a Deus, em contrapeso à música “do mundo”, diabólica e escarnecedora...  Por que para muitos “crentes” só se deve ouvir música gospel, e ouvir “música do mundo” é pecado?

Algumas respostas que já escutei ou recebi de crentes gospel a esta pergunta simples... E em seguida, uma breve explicação sobre elas...

1. A LETRA DE UMA MÚSICA “DO MUNDO” NÃO GLORIFICA A DEUS

A maioria das letras gospel também não! Glorificam ao homem, suas ânsias de vingança, enriquecimento, honra, dupla honra, vitória, restituição etc. O HOMEM, o EU, é o centro delas, e não Deus. NEM DE LONGE glorificam a Deus! Para glorificar a Deus, uma música precisa apontar para a Obra dEle, da criação, da salvação, da santificação, Sua graça infinta, imerecida pelo homem e não conquistada por obras de justiça etc... E sempre que falar sobre o homem, ressaltar seu pecado, sua depravação, sua incapacidade de buscar a Deus ou alcançar a salvação ou qualquer outra benesse por seus próprios méritos, e mostrar que tudo o que Deus dá ao homem é por graça, só por graça! Uma música que só retrata que eu sou vencedor, que eu nasci para vencer, para ser cabeça e não cauda, que Deus vai (tem que) restituir o que é meu, que vai humilhar meus inimigos e me exaltar, nem de longe foi composta ou é cantada para louvar a Deus!

O simples fato de falar de Deus ou mencionar passagens das Escrituras não significa que está-se honrando a Deus. O próprio Jesus afirma isso, quando diz: “Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens” (Mt 15:8-9). Assim, não é porque um "hino" fala em Deus ou cita um texto bíblico que está honrando ou glorificando a Ele.

Repito: nem de longe as músicas gospel adoram a Deus!! A própria forma de composição geralmente em primeira pessoa (e mesmo quando compostas em terceira pessoa sempre direciona esta terceira pessoa para o homem) demonstra que a adoração ou a glorificação não é para Deus, e sim para O HOMEM. Analisemos algumas letras:
Onde era tristeza se verá / A dupla honra ME ornar ... É chegada a MINHA hora / MEU silêncio já acabou / Ouça o som da MINHA grande festa / EU vou viver uma virada em MINHA VIDA, eu creio!
Mestre EU preciso de um milagre ... Faz tempo que EU não vejo a luz do dia / Estão tentando sepultar MINHA alegria / Tentando ver MEUS sonhos cancelados /.../ Remove a MINHA pedra / ME chama pelo [MEU] nome / Muda a MINHA história / Ressuscita os MEUS SONHOS
Restitui... EU quero de volta o que é MEU /  Sara-ME, e põe teu azeite em MINHA dor
VOCÊ é um escolhido, e a SUA história não acaba aqui /  VOCÊ pode estar chorando agora, mas amanhã VOCÊ irá sorrir /  Deus vai TE levantar das cinzas e do pó...
Sinceramente, você acha que Deus é realmente adorado em letras como estas?? Nada tenho contra seus compositores e/ou cantores mas, com toda a sinceridade, estas letras não adoram a Deus, mas ao homem!

O pastor A. W. Pink disse certa vez que os hinos do passado eram compostos usando as palavras “Tu és, Tu és, Tu és”, enquanto que os modernos eram compostos com as palavras “Eu sou, eu sou, eu sou...”. Visivelmente observa-se que o alvo da glória não é Deus, mas o homem, o crente, o EU.... E olha que o pr. Pink faleceu na década de 1950, certamente muito antes da maioria das pessoas que leem este Artigo terem nascido! O que ele diria nos dias de hoje??


2. A LETRA DE UMA MÚSICA “DO MUNDO” NÃO É BASEADA NAS ESCRITURAS 

Por favor, deem uma olhada nas músicas gospel, analisem suas letras de forma isenta e desapaixonada, e vocês verão claramente que poucas letras são realmente baseadas na Bíblia, e mesmo as que são muitas vezes DISTORCEM o que a Bíblia realmente diz. A famosa música gospel RESSUSCITA-ME é um exemplo de letra baseada na Bíblia (a ressurreição de Lázaro), mas que distorce completamente o sentido da narrativa bíblica, associando-a ao cumprimento dos NOSSOS sonhos. Logo, é mais uma música que tem por objetivo a realização pessoal dos desejos do homem. 

Uma música baseada na Bíblia não é aquela que transcreve PALAVRAS da Bíblia, mas a ESSÊNCIA. Satanás citou o Salmo 91, por ocasião da tentação do Senhor Jesus, mas subtraiu-lhe a essência, o verdadeiro significado, o verdadeiro princípio. Logo, uma música como FAZ O MILAGRE EM MIM pode até citar a história do encontro de Jesus com Zaqueu, mas quando não transmite o real sentido deste encontro, mostra que não está baseada na Bíblia; apenas usa algumas de suas palavras, para adquirir status de bíblica!

Na verdade, tais músicas que distorcem o sentido real da narrativa bíblica transmitem uma falsa piedade. Podem até estar parcialmente baseadas no texto sagrado, mas quando são analisadas de forma criteriosa se observa que o texto bíblico foi tão distorcido e desvirtuado que transmitem uma ideia completamente errada daquilo que a Bíblia quer ensinar, chegando até a negar verdades doutrinárias ou acrescentar-lhe inverdades.

Sinceramente, qual a base escriturária de músicas do tipo SABOR DE MEL? NENHUMA!! Aonde ela se encaixa nos princípios da Nova Aliança de perdão e amor aos nossos inimigos?

Nos dias de hoje, é muita sorte comprar um CD gospel com 12 faixas e encontrar UMA MÚSICA com base realmente escriturística!! Geralmente, é um hino da Harpa, ou um hino das antigas que é regravado!

3. O CANTOR “DO MUNDO” NÃO TEM COMPROMISSO COM DEUS 

A maioria dos cantores gospel também não! Eles têm compromisso com sua gravadora, com seus produtores, com os programas de tevê e rádio que participam, com as denominações e/ou organizações a que estão ligados e que os apoiam ou patrocinam, e com os erros doutrinários ensinados por estas denominações e organizações, além do compromisso maior com Mamom e seus próprios bolsos!

Alguns cantores gospel de nossos dias chegam a ter compromisso com uma personagem criada por marqueteiros. Fazem caras e bocas, se apresentam com certas roupas, maquiagens e acessórios, demonstrando claramente que estão atuando, vivendo uma personagem dissociada do seu verdadeiro caráter. São atores, desempenhando um papel meticulosamente calculado para atender a certos públicos, satisfazendo os anseios deste público de tietar um ídolo da música. Isso não é compromisso com Deus, mas com o sistema!

4. OS CANTORES QUE CANTAM MÚSICA “DO MUNDO” NÃO SÃO CRENTES

E quem disse que quem canta música gospel é crente?? Muitos cantores são conhecidos por não serem crentes, alguns até deixam isso bem claro... Muitos apenas cantam músicas gospel, se aproveitam desta fatia de mercado!! Outros, não agem como crentes (há relatos de alguns que já fizeram shows apresentando sintomas de embriaguez, que já se hospedaram com fãs em seus quartos de hotel, que usaram drogas etc). Eu poderia até citar nomes aqui, mas não é esse o objetivo deste artigo!

Aprendamos uma coisa: “nem todos os que são de Israel são israelitas” (Rm 9:6), e não é porque quem canta, quem gravou, quem compôs, é chamado de “evangélico” que a música é cristã! Há muitos crentes que cantam “hinos” que não condizem nem um pouco com a sã doutrina; devemos dar ouvidos a estas mentiras, mesmo quando saídas da boca de um crente?? E há muito não-crente que canta coisas corretas; devemos desprezar o que é certo só porque quem compôs ou quem canta não faz parte de nossos arraiais?

5. A MÚSICA GOSPEL É UMA DAS FORMAS DE SE PREGAR O EVANGELHO AOS NÃO-CRENTES

E eu até poderia concordar com isso se as letras das músicas fossem fieis ao Evangelho descrito na Bíblia, mas não são! As letras destas músicas gospel só tratam das bênçãos que o homem quer, as quais já citamos e repetimos: vingança, enriquecimento, honra, dupla honra, vitória, restituição etc. Não! Infelizmente, músicas gospel NÃO PREGAM O EVANGELHO, pois suas letras não contém o verdadeiro Evangelho! 

Além disso, nestas músicas não se conclama o homem ao reconhecimento de sua condição de pecadorao arrependimento, à mudança de vida e atitudes e à necessidade de se submeter a Deus. Desculpem, mas não conheço pregação evangelística que não trate de pelo menos um ou dois destes assuntos! Por favor, identifiquem pelo menos UM DELES na música gospel SABOR DE MEL...

Aqui pra nós, seja sincero: qual é o “evangelho” que um “hino” como EU VOU VIVER UMA VIRADA prega?? Em que parte da letra encontramos a convocação ao arrependimento e conversão?? É uma música de entretenimento, e confesso que até gosto dela, musicalmente falando, mas a letra não evangeliza ninguém!

6. O CRENTE É EDIFICADO AO OUVIR MÚSICA GOSPEL

Não, o crente é edificado ao ORAR, LER ou OUVIR A PALAVRA, JEJUAR... A música, em todas as esferas, tem função de entretenimento, e à música religiosa se soma a necessidade de exatidão doutrinária, ou seja, a letra deve OBRIGATORIAMENTE refletir a sã doutrina. Só assim, atrelada à sã doutrina, sem desvios doutrinários ou erros, ela está apta para edificar, pois ouvi-la se equipararia a ouvir a Palavra. Quando a música cristã reflete fielmente a Palavra de Deus e a sã doutrina, aí sim ela passa a edificar quem a ouve.

A maioria das músicas gospel não têm letra baseada na sã doutrina, e sim são compostas estrategicamente com letras "pra vender", para agradar à massa consumidora e o sistema vigente; logo, não edifica coisíssima nenhuma, Apenas serve, assim como qualquer “música do mundo”, como entretenimento, e entretenimento maligno, pois enquanto teria a OBRIGAÇÃO de ensinar a verdade, pelo contrário, ensina doutrinas erradas a quem as ouve, e passa-lhes o status de verdade absoluta; afinal, é uma música gospel, santa! 

Sinceramente: há mais edificação ao se ouvir certas músicas “do mundo” do que ouvir certas músicas gospel completamente desprovidas de conteúdo bíblico e, principalmente, de bom senso! Um exemplo disso é JESUS SALVADOR, de Roberto Carlos, que é muito mais edificante e bíblica que MUITAS músicas gospel que conhecemos!!

7. OS COMPOSITORES DO MUNDO MUITAS VEZES SÃO ADEPTOS DE RELIGIÕES AFRO, ESOTÉRICAS ETC

É verdade! E os compositores gospel são adeptos do movimento gospel, comprometidos com tal movimento, que deturpa o Evangelho, muda seus princípios, distorce as Escrituras e perverte a sã doutrina. Além disso, têm o dinheiro, a fama e o estrelismo como pilares maiores. Neste aspecto, não sei quem está em posição pior... Aliás, sei sim! Certamente, aquele que conhece o Evangelho mas que compõe músicas que transmitem ideias e conceitos diferentes do Evangelho, que fomenta o erro ao invés de proclamar a verdade, é mais culpado do que aquele que NÃO CONHECE o Evangelho.

8. AS MÚSICAS GOSPEL TÊM MAIS QUALIDADE QUE AS MÚSICAS “DO MUNDO”

Acredite quem quiser, mas já me mandaram este argumento aí!!  E quem mandou só pode estar de brincadeira!!  Quem considera a qualidade da música gospel superior à das músicas “do mundo” deve ter algum problema!!  Exceto raríssimos exemplos, ocorre exatamente ao contrário! Em todos os quesitos -- harmonia, melodia, ritmo e letra -- a música “do mundo” é superior! Observem-se estes quesitos em músicas de Djavan, Ivan Lins, Jorge Vercilo, e comparem com os mesmos quesitos nos cantores gospel mais famosos...  É claro que há casos e casos! Toda generalização é burra. O lixo e o chorume podem ser encontrados em ambas as vertentes! Há muita coisa boa, no sentido de harmonia, melodia e ritmo, em muitas músicas gospel, e muita coisa ruim no ramo secular. Por exemplo, a banda Diante do Trono possui excelentes arranjos, e o mesmo se aplica à cantora Fernanda Brum. Quanto às letras... Prefiro não comentar! Pelo menos, por enquanto...

9. AS MÚSICAS GOSPEL TRANSMITEM O RECADO DE DEUS PARA O HOMEM PECADOR

Não. Elas no máximo transmitem o recado do(s) compositor(es), do(s) cantor(es), do(s) produtor(es), do líder da denominação, da “visão ministerial” e da Editora ou Gravadora que está por trás do cantor ou da banda! Transmitiria o recado de Deus se houvesse fidelidade doutrinária. Muitas vezes, cantores são apoiados por determinado ministério, e são obrigados a gravar “hinos” que referendam as doutrinas deste “ministério”, e para continuar sendo apoiados tais cantores se submetem à prostituição doutrinária.

Um exemplo disso é o cantor Nani Azevedo (de quem gosto muito), apoiado pela Editora e Ministério de um grande pastor brasileiro. Em um dos seus últimos discos, ele gravou a música ENQUANTO O MILAGRE NÃO VEM, que para fazer coro com o ministério do citado pastor traz em sua letra esta pérola: “Sei que a prosperidade vai me acompanhar enquanto eu semear”. Ele foi obrigado pelas circunstâncias a promover a “visão da semeadura” que seu mecenas tanto prega!

10. A MÚSICA GOSPEL APROXIMA O HOMEM DE DEUS 

Como assim?? De que forma um axé gospel, tocado em cima de um trio elétrico em uma das muitas “Marchas-Para-Não-Sei-Quem” e acompanhada por uma multidão de foliões, digo, fiéis pulando atrás do trio, os aproxima de Deus??  Desde quando uma letra que prega inverdades doutrinárias (como, por exemplo, as que nos ensinam a DETERMINAR a nossa vitória, EXIGINDO isso de Deus) aproxima alguém de Deus?? Desde quando uma música aonde vocifero maldições e pragas contra "os que me viram passar na prova e não me ajudaram" me aproxima de Deus, uma vez que Ele mandou exatamente o contrário: “Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem”  (Mt 5:44), e Paulo arremata em seguida: “Abençoai aos que vos perseguem; abençoai e não amaldiçoeis” (Rm 12:14)?? Não entendi... Dá pra me explicar melhor?

11. A MÚSICA GOSPEL PREGA A VERDADE

Ah, como eu queria que isso fosse verdade!! Mas pelo contrário, ela prega, ensina e dissemina a mentira!

Em primeiro lugar, o que é a verdade? Platos fez esta pergunta a Cristo, e não obteve resposta. Entretanto, o próprio Senhor Jesus deixou a resposta bem clara por ocasião de sua oração sacerdotal: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17:17). Não são os meus conceitos, não é a interpretação que eu dou às Escrituras, não é o corpo doutrinário desta ou daquela Igreja. A PALAVRA DE DEUS é a verdade. E por consequência, somente aquilo que concorda com a Palavra é a verdade. Pregação da verdade é, inexoravelmente, pregar de conformidade com esta Palavra. Assim sendo, os meus conceitos a minha interpretação ou o corpo doutrinário da Igreja tem que estar submissos à Palavra!

A música sacra tem como obrigatoriedade a fidelidade doutrinária. Quando sua letra é um reflexo fiel do que ensina a Escritura, ela não só transmite a verdade como facilita aos ouvintes o entendimento e assimilação desta verdade. A música secular não tem esta prerrogativa, pois ela apenas se dá à função de entreter. A música sacra, tem função dupla: entreter e ENSINAR! Eis porque ela precisa estar atrelada à verdade, à sã doutrina.

A música secular, “do mundo”, não tem pretensões de ensinar verdades, mas de entreter os ouvintes. O cantor “do mundo” Caetano Veloso escreveu em sua música COMO DOIS E DOIS a seguinte frase musical: “Meu amor / Tudo em volta está deserto, tudo certo / Tudo certo como dois e dois são cinco”. Evidentemente, sua intenção NÃO FOI ensinar uma verdade, quer teológica ou matemática, e sim se utilizar de ironia. Ninguém em são juízo, ao ouvir dez ou vinte vezes esta música, irá concluir que 2 + 2 = 5. 

Na música sacra, entretanto, quanto mais ouvimos “pérolas” do tipo “Restitui... Eu quero de volta o que é meu”, a autoridade de música gospel e religiosa transmite a ideia de que a doutrina da restituição se trata de uma verdade absoluta, presente nas Escrituras. E o povo cai, inexoravelmente, no engodo, e é conduzido ao erro! Assim sendo, seus compositores e cantores cometem dois pecados: ensinar o erro, e cantá-lo com tal autoridade que muitas pessoas, uma grande multidão, toma estas palavras em pé de igualdade com a Bíblia! Assim, muitas músicas gospel na verdade estão prestando um grande desserviço à sã doutrina, ensinando mentiras como se fossem verdades e levando multidões a abraçar o erro.

A música gospel está longe, MUITO LONGE, de pregar ou ensinar a verdade! Ela é, na verdade, uma disseminadora e perpetuadora de mentiras! A cada nova “pérola musical” que é lançada, pastores sérios e comprometidos com o rebanho têm um trabalho hercúleo de mostrar os erros, ensinar a verdade e remar contra a maré da geração gospel, pois os grupos de louvor querem imediatamente incorporar tais músicas, que fazem muito sucesso no meio cristão, a seu repertório. Proibir sua execução torna o pastor zeloso um estraga-prazeres!

A maioria quase absoluta das músicas gospel pregam A MENTIRA. E cabe a nós denunciarmos isso, mostrarmos o erro e abolir este lixo mentiroso de nossos altares!

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O grande objetivo deste artigo não é desmoralizar a música sacra, que é importantíssima na adoração e no processo de doutrinação da Igreja. O objetivo é mostrar que a música gospel nada tem, ou pouco tem, de sacra. Não pretende incentivar a música secular, mas chamar a atenção para as incongruências da chamada música gospel, que infelizmente está atrelada a sistemas mundanos tão escusos que se desvirtuou da verdadeira adoração, da fidelidade escriturística e doutrinária.

Nada tenho contra os cantores e/ou compositores citados neste texto. Canto muitos hinos dos mesmos citados, desde que sejam cristocêntricos, de real adoração a Deus e que possuam letra bíblica. Apenas gostaria que eles fossem mais criteriosos ao compor ou cantar um hino. Voltem às Escrituras! Tornem à sã doutrina. Abandonem a indústria gospel!! Aí sim, a música gospel se converterá em música cristã e será, em todas as instâncias, preferida diante das músicas “do mundo”. Mas não fará das músicas “do mundo” um pecado!

imagem coletada em http://pauloporpaulopnd.blogspot.com.br/2011/05/po-e-poesia-cantando.html


sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

JULGANDO E APRENDENDO A JULGAR


Recebi uma mensagem via e-mail de um leitor que não aceita muito bem minhas críticas à conduta de determinado pastor em relação aos antibíblicos, insistentes e inadequados pedidos de ofertas e contribuições para seu ministério. Embora não tenha sido desrespeitoso, o remetente, no afã de defender seu ídolo, usa algumas expressões que me tiram do sério, do tipo “não julgueis para que não sejais julgados” (Mt 7:1) e “não toqueis em meus ungidos” (Sl 105:15), pois são usadas fora de seu contexto, como último e desesperado subterfúgio daqueles que querem calar opositores na marra.

Mas eu gostaria de comentar algo que realmente é pertinente na mensagem recebida. Em dado momento, ele afirma: “Você nunca leu Mateus 7, e nunca leu Romanos 14:4, e nunca leu Tiago 4:11-12?”. Sobre este tema, que julgo importante, resolvi dedicar-lhe não uma resposta de e-mail, e sim uma postagem mais completa, que inicio com a citação dos três textos:

Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque, com o juízo com que julgardes, sereis julgados, e, com a medida com que tiverdes medido, vos hão-de medir a vós. E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás ao teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho; estando uma trave no teu?” (Mt 7:1-4)
Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio Senhor ele está em pé, ou cai; mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar.” (Rm 14:4)
Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão, e julga o seu irmão, fala mal da lei, e julga a lei; e, se tu julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz. Há só um legislador e um juiz que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?” (Tg 4:11-12)
Embora os textos deem a entender que ao crente foi proibido fazer qualquer julgamento, esta afirmativa carece de verdade. Em momento algum fomos proibidos pelo Mestre de fazer julgamentos. Pelo contrário, ainda no capítulo 7 esta aparente "proibição" é desfeita, respectivamente nos versículos abaixo:


Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão” (v. 5)
Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés, e, voltando-se, vos despedacem” (v. 6)
Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores” (v. 15)

Como é possível observar estas orientações do Mestre, sem julgar? Como NÃO DAR pérolas aos porcos, se primeiro os porcos não forem identificados? Como se acautelar de falsos mestres, se os mestres não forem julgados e identificados em dois grupos, os verdadeiros e os falsos??

Em outro texto, o próprio Senhor Jesus nos manda julgar, desde que com os verdadeiros critérios, quando diz: “Não julgueis segundo a aparência, MAS JULGAI segundo a reta justiça” (Jo 7:24 – grifo meu). Aparentemente, os três textos citados e este último se contradizem!

E o que dizer do que está escrito em Lucas 12:56-57? “Hipócritas, sabeis discernir a face da terra e do céu; como não sabeis então discernir este tempo? E por que não julgais também por vós mesmos o que é justo?”. Como é possível que o mesmo Jesus que disse “não julgueis” tenha dito uma frase destas, contradizendo a primeira??



Estas aparentes contradições se dão por conta do uso isolado de textos, sem se compreender a mensagem completa da Escritura. Desde o AT, vemos profetas julgando “ungidos” que estão em pecado, e em momento algum vemos tais ungidos reivindicando para si qualquer imunidade, ou vemos a Escritura condenando tais profetas por terem julgado!



Dois exemplos sobre isso, que certamente trarão entendimento sobre o assunto: Davi casou-se com várias mulheres (o que era permitido na Lei), e evidentemente não foi criticado por isso, mas quando “casou-se” indevidamente com Bate Seba, foi duramente julgado pelo profeta Natã. Salomão é retratado na Escritura como um homem de mil mulheres, trezentas esposas e setecentas concubinas, mas não é criticado nem condenado por isso, mas no fim da vida é criticado por ter permitido que estas mulheres lhe pervertessem o coração e o conduzissem à idolatria. O julgamento, portanto, só encontra base de existência quando se trata de JULGAR O PECADO, O ERRO, O DESVIO DOUTRINÁRIO.



Quando existem afirmações dúbias como estas na Bíblia, a qual não pode se contradizer, é necessário tentar compreender e sanar a suposta contradição. No caso, é só analisar o contexto de Mateus 7 para observarmos que ali não se encontra texto condenatório ao julgamento, mas sim ao JULGAMENTO TEMERÁRIO e HIPÓCRITA de alguém que, cometendo o mesmo erro, julga ter autoridade para julgar seu irmão, como, por exemplo, alguém que esteja cometendo adultério admoestando alguém que está adulterando. É o que se diz aqui na minha região, "o sujo falando do mal lavado".  Paulo falou destas pessoas em Romanos 2:21-23 quando disse "Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio? Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?".



Faz-se necessário que o crente entenda a UNIDADE da Escritura. Uma vez conhecida, entenderemos estas “contradições”, que na verdade não existem. A Bíblia é uma unidade, mas se não compreendermos tal unidade seremos capazes de citar versículos isolados, fora de seu contexto, para justificar qualquer coisa que nos passe pela cabeça! Eis porque é necessário o entendimento de sua mensagem. A isto se chama CONTEXTO. O contexto bíblico é um só, manifesto na unidade das Escrituras, que não podem e não devem se contradizer. O contexto literário, por sua vez, é a análise de um texto em particular, um parágrafo, para que possamos entender o real significado do que está escrito.



Gosto muito de citar o exemplo do contexto de Romanos 13:7, muito utilizado na questão de “honrar pastores”, e qualquer líder dentro da Igreja:

“Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra”
Mas, lamentavelmente, basta uma lida nos versículos anteriores, e veremos que em momento algum Paulo reivindica honra para pastores, líderes e obreiros, mas para AUTORIDADES GOVERNAMENTAIS...

Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores [gr. εξουσια, exousia: alguém que possui autoridade, governador, magistrado humano]; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus. Por isso, quem resiste à potestade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade? Faze o bem, e terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus, para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador, para castigar o que faz o mal. Portanto, é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas, também, pela consciência. Por esta razão, também, pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo sempre a isto mesmo” (Rm 13:1-6).

Logo, o CONTEXTO IMEDIATO já nos apresenta o real significado desta honra: não é a pastores, mas a homens imbuídos de poder temporal, político.


Eis então o valor do contexto bíblico. Sem ele, não há entendimento do texto, e com isso pode-se chegar a conclusões erradas.


Quando lemos o texto de Mateus 7:1 juntamente com o seu contexto, as coisas se esclarecem, e podemos ver que não fomos proibidos de julgar, e sim de julgar hipocritamente: “E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Hipócrita, TIRA PRIMEIRO A TRAVE do teu olhoi, E ENTÃO CUIDARÁS EM TIRAR O ARGUEIRO DO OLHO DO TEU IRMÃO.” (Mt 7:3, 5). Ou seja, após primeiramente julgardes a ti mesmo e te corrigires, então terás condições e autoridade para julgar o teu  irmão, desde que segundo a reta justiça contida na Escritura!

A permissão ─ e estímulo! ─ de fazermos julgamentos pode ser vista em vários outros textos no Novo testamento, dentre os quais destacamos apenas três, para não sermos enfadonhos:

Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois, porventura, indignos de julgar as coisas mínimas?” (1 Co 6:2). Paulo discorre sobre um problema surgido na igreja de Corinto, quando crentes levavam outros crentes aos tribunais locais, quando eles mesmos podiam julgar internamente, na igreja. Isto, a meu ver, inclui julgamentos de conduta, de doutrina... Ou não?

Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos” (Ap 2:2). Não seria possível à elogiada igreja de Éfeso colocar à prova os falsos apóstolos sem julgá-los. Assim, nem mesmo a suposta autoridade apostólica que os mesmos afirmavam possuir os dava qualquer imunidade para que não tivessem suas atitudes e conduta observadas, julgadas e classificadas como erradas. Ou seja, o argumento de "não toqueis nos meus ungidos" é furado neste aspecto! Este episódio em Éfeso foi um JULGAMENTO, e foi, repito, elogiado pelo Senhor Jesus.

Mas tenho contra ti que toleras que Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensine e engane os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria” (Ap 2:20). Aqui a coisa está invertida, ao contrário. Agora Jesus Cristo não elogia, mas REPREENDE a igreja de Tiatira por não fazer julgamento. Uma suposta profetiza surge no seio da igreja e é aceita sem qualquer julgamento. Erro da igreja, que o Senhor repreendeu, e que nos deve servir de exemplo para que não o cometamos!

Há uma grande diferença entre julgar PESSOAS e ATITUDES ERRADAS. Veja:

  • Julgar PESSOAS significa “pegar no pé” de alguém em particular e julgá-lo, condená-lo e muitas vezes até executá-lo (embora a igreja, no âmbito da disciplina, tenha este poder em alguns casos,como o desligamento de um membro). Julgar ATITUDES ERRADAS significa julgar uma determinada ação de uma pessoa, e condenar esta ação, desaprovado-a e orientando os demais a não proceder de conformidade com esta atitude.
  • Quando julgamos uma PESSOA, condenamo-na por completo, desmoralizamos e buscamos aniquilá-la para que não seja mais seguida; quando julgamos uma ATITUDE ERRADA, compreendemos que num universo de mil atitudes de determinada pessoa 999 são louváveis, salutares e aconselháveis, mas uma é reprovável e desaconselhada.
Vamos apresentar dois exemplos interessantes e FICTÍCIOS, que servem como exemplo e para melhor compreensão:

1. Suponhamos que o pastor Fulano é líder de um grande ministério. Prega contra o pecado, contra o afastamento das Escrituras, contra o aborto e a favor da “teologia da prosperidade”. Julgar a PESSOA significa desmerecer todo o seu ministério, todas as suas obras, todas as pregações corretas que ele tem feito, por causa de um único erro. Julgar as ATITUDES ERRADAS significa concordar com o ministério do pastor Fulano, concordar com suas pregações contra os pecados e contra os erros mas discordar, refutar e condenar SOMENTE o seu apoio à “teologia da prosperidade!”.

2. Suponhamos que eu descobri que orar plantando bananeira (de cabeça para baixo) é bom; além de ser uma posição confortável para mim, a sensação que me dá é que Deus responde às minhas orações mais rápido quando eu oro assim! Aí eu passo a ensinar na Igreja que a maneira mais correta de se orar é plantando bananeira, pois somente assim Deus responde às orações, ou responde-as mais rápido. Você tem duas opções:

  • julgar o servo alheio, quando julga o meu ato pessoal de preferir orar esta posição. Você tem nada a ver com meus gostos pessoais? Quem é você,que julga o servo alheio? Deixe ISTO com Deus, que é o meu Senhor... A Bíblia não prescreve nada contra a oração nesta posição, e utilizá-la é questão pessoal,
  • julgar o meu erro em ensinar doutrinas erradas para a igreja do Senhor Jesus, dentro da reta justiça da Palavra de Deus. Isso, sim, é contigo! Por direito e por obrigação de defender com unhas e dentes a sã doutrina do Evangelho!
Qualquer leitor e/ou estudante sério das Escrituras sabe que Deus permite o julgamento, desde que não seja feito de maneira hipócrita. O texto de Mateus 7, que aparentemente manda não julgar e é amplamente usado pelos omissos de plantão, diz claramente: “Hipócrita, TIRA PRIMEIRO a trave do teu olho, E ENTÃO VERÁS CLARAMENTE PARA TIRAR o argueiro do olho do teu irmão” (Mt 7:5 - ARA).Ao fazermos tal análise, simplesmente observando o contexto, verificamos que Jesus condena o JULGAMENTO HIPÓCRITA, daquele que, prostituindo-se, se acha no direito de julgar os que se prostituem, daquele que rouba, mas se acha no direito de julgar os demais ladrões... 

Entretanto, este julgamento é meramente no campo DOUTRINÁRIO. Não temos autorização para julgar o irmão em questões pessoais, aquelas em que a Escritura não prescreve doutrina. 


E aonde está a dezena de outros textos que nos autorizam a julgar?? 



"Hipócrita, TIRA PRIMEIRO a trave do teu olho, E ENTÃO CUIDARÁS em tirar o argueiro do olho do teu irmão" (Mt 7:5) 



"Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. PELOS SEUS FRUTOS OS CONHECEREIS. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, PELOS SEUS FRUTOS OS CONHECEREIS." (Mt 7:15-20) 



"Hipócritas, sabeis discernir a face da terra e do céu; como não sabeis então discernir este tempo? E por que não julgais também por vós mesmos o que é justo?" (Lc 12:56-67)



"Não julgueis segundo a aparência, MAS JULGAI segundo a reta justiça" (Jo 7:24)



"Ora estes [de Beréia] foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, EXAMINANDO CADA DIA , NAS ESCRITURAS, SE ESTAS COISAS ERAM ASSIM" (At 17:11) 



"Não sabeis vós que os santos hão-de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois, porventura, indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? QUANTO MAIS AS COISAS PERTENCENTES A ESTA VIDA?" (1 Co 6:2-3)



"E, chegando Pedro a Antioquia, LHE RESISTI NA CARA, PORQUE ERA REPREENSÍVEL. Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois que chegaram, se foi retirando, e se apartou deles, temendo os que eram da circuncisão. E os outros judeus, também, dissimulavam com ele, de maneira que até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação. Mas, QUANDO VI QUE NÃO ANDAVAM BEM E DIREITAMENTE, CONFORME A VERDADE DO EVANGELHO, disse a Pedro, na presença de todos: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios, e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?" (Gl 2:11-14)

"E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas, antes, CONDENAI-AS. Porque o que eles fazem em oculto, até dizê-lo é torpe. Mas todas estas coisas se manifestam, sendo condenadas, pela luz, porque a luz tudo manifesta. Pelo que diz: Desperta tu que dormes, e levanta-te de entre os mortos, e Cristo te esclarecerá. Portanto, vede, prudentemente, como andais, não como néscios, mas como sábios" (Ef 5:11-15)

"Guardai-vos dos cães, guardai-vos DOS MAUS OBREIROS, guardai-vos da circuncisão" (Fp 3:2)

"Amados, não creiais a todo o espírito, MAS PROVAI se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo" (1 Jo 4:1)

"Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e PUSESTE A PROVA os que dizem ser apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos" Ap 2:2

"Mas tenho contra ti que TOLERAS QUE JEZABEL, mulher que se diz profetisa, ENSINE E ENGANE A MEUS SERVOS, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria" Ap 2:20

Citei só alguns textos que nos autorizam a fazer julgamentos; podia citar mais, mas creio que MAIS DE DEZ TEXTOS contra UM ISOLADO, fora de seu contexto, já é motivo para as pessoas repensarem seus conceitos contra a proibição expressa de fazermos julgamentos!

Certo! Então, eu posso julgar... Mas quais são, então, os critérios para se fazer um julgamento adequado?


1. JULGAR SEMPRE PELA BÍBLIA, e nunca pelo nosso padrão! - A Bíblia é o crivo da sã doutrina. Só somos autorizados a julgar coisas referentes à fé e à doutrina. Você não é autorizado a julgar pelos seus padrões, ou coisas pessoais como gostos, aparência etc, quando a Bíblia nada prescreve contra a ação praticada. Por exemplo, você pode não gostar de pessoas que praticam esportes, mas a Bíblia não te dá o direito de julgar esta área da vida do irmão; entretanto, se durante a prática do esporte este irmão grita muitos palavrões, você pode julgar esta atitude, uma vez que a Escritura afirma expressamente que não devemos falar palavras torpes...

2. JULGAR ATOS E NÃO PESSOAS - Não fomos chamados para julgar pessoas, e sim atos que vão em desacordo com a Escritura e a sã doutrina. Os que se eximem desta obrigação cristã (e fazem isso demonstrando possuir piedade cristã), pecam em não defenderem a sã doutrina contra os lobos devoradores que invadem a Igreja. É evidente que os fatos se associam às pessoas que os praticam, mas o objetivo do nosso julgamento deve ser a erradicação do ato errado e o arrependimento da pessoa!


3. POR UM ERRO, NÃO DEVEMOS DESPREZAR OS MUITOS ACERTOS - às vezes uma pessoa tropeça em um ponto, e faz correto em todos os demais. Somos tentados a, por causa deste ÚNICO ERRO, condenar ou desprezar todos os acertos. É importante apontarmos o erro, mas não omitirmos os acertos! EM TEMPO: mil acertos não justificam um erro (que deve ser combatido), e um erro não desqualifica os mil acertos!

4. NÃO DEVEMOS CONDENAR - O julgar atitudes cabe a nós; o denunciar tais erros e prevenir a Igreja contra eles, cabe a nós igualmente. Condenar pessoas cabe exclusivamente a DEUS. Na parábola do trigo e do joio podemos observar que a tarefa de IDENTIFICAR o joio é dos servos, mas a tarefa de queimá-lo é de Deus, e isso só será feito no último dia (Mt 13:24-30)! Não nos metamos nesta seara, portanto! Vemos pessoas zelosas condenando as pessoas ao inferno por causa de seus erros... Mas nem DEUS condena ninguém antes de sua morte; antes, dá aos pecadores chances de se arrepender de seus erros. Deixemos as condenações para Ele, o justo Juiz!

5. NÃO DEVEMOS FALAR MAL DOS IRMÃOS - Usa-se muito este texto da carta de Tiago para se combater julgamentos: "Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão, e julga o seu irmão, fala mal da lei, e julga a lei; e, se tu julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz. Há só um legislador e um juiz que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?" (Tg 4:11-12). Entretanto, Tiago não nos orienta a que não julguemos as ações, mas que não falemos mal do irmão em particular. Isto inclui a fofoca, ou os julgamentos pessoais. O mesmo Tiago que escreveu que não devemos falar mal nem julgar, fala mal e julga os que fazem acepção de pessoas (Tg 2:1-7), os que têm língua dobre (Tg 3:1-12), os que se dizem amigos de Deus e do mundo (Tg 4:1-5)... Portanto, se lêssemos a epístola de Tiago inteira e compreendêssemos sua mensagem e espírito, e não apenas os textos mais agradáveis e convenientes, compreenderíamos melhor suas palavras! ENTRETANTO, Tiago está corretíssimo! Não devemos falar mal de nossos irmãos, fazer fofocas, criticá-los por coisas fúteis (como a forma de se vestir, a forma de falar etc) e muito menos difamá-los por nossos próprios critérios. Mas devemos julgar quando fizerem qualquer coisa que contrarie a Verdade do Evangelho.

6. JULGAR COMO ATO DE AMOR - Assim como corrigimos e até mesmo castigamos nossos filhos visando o seu bem, o julgamento deve ser visando o arrependimento dos que erram, e não a sua execração pública. Lembremos que "...se algum de entre vós se tem desviado da verdade, e alguém o converter, saiba que aquele que fizer converter do erro do seu caminho um pecador salvará da morte uma alma e cobrirá uma multidão de pecados (Tg 5:19-20). Ih... Lá está Tiago, que disse que não deveríamos falar mal dos irmãos, falando mal e chamando os irmãos de pecadores, e mandando que os convertamos de seus erros!! Como fazer isso sem julgar??


Que Deus nos dê sabedoria para julgarmos entre o certo e o errado, e discernimento para entendermos o que é particularidade de servo e violação doutrinária!

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

DEUS É AMOR

Há pouco, preguei na Igreja Cristã Nova Vida do Valentina I acerca do verdadeiro Jesus, a quem devemos seguir, e não aos falsos que nos são apresentados pela "Religião Indústria e Comércio S/A", Empresa administrada pelas "Organizações Tabajara". E o Verdadeiro Jesus, só podemos encontrá-lo nas Escrituras.

Talvez você seja mais um(a) que segue ao Jesus loiro, cabelos longos e de olhos azuis, como é pintado pela maioria dos artistas, filmado pela maioria dos cineastas, pregado pela maioria dos "sacerdotes"... E se Ele for moreno, cabelos curtos e olhos pretos? Não estaria você seguindo o Cristo errado??

Jesus é TUDO o que a Escritura diz que Ele é; Jesus é SOMENTE o que a Escritura diz que Ele é. A Bíblia, AT e NT, é o seu "retrato falado", e somente através dela podemos vislumbrar sua verdadeira identidade. Nada mais, nada menos que isso.

"E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade ... Deus nunca foi visto por alguém; o Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o fez conhecer ..." (Jo 1:14, 18).

Sim, é verdade que Ele é amor. Mas, seria Ele SOMENTE amor? 

Não, Ele não é SOMENTE amor. 

Se alguém que não me conhece perguntar a algum amigo meu como eu sou, para melhor me identificar no dia em que me ver, ele pode dar uma resposta evasiva, dizendo "o Zilton é gordo e usa óculos". Provavelmente, você assistirá o Programa do Jô hoje a noite pensando que sou eu quem o apresenta!!

Não, eu não sou apenas um gordo que usa óculos. Tenho outros atributos!! Jesus também não é só amor. Ele é amor, justiça, fogo consumidor... Ele não é APENAS UM, mas o CONJUNTO ABSOLUTO de atributos que a Escritura Lhe confere!

E se Ele é amor, que tipo de amor Ele é?? Sim... A própria palavra "amor" se confunde e se desgasta diante de tantos significados e tantas aplicações que o homem corrompido lhe dá.

Esta frase simples demonstra o quanto a palavra "amor" se desgastou com o tempo:

"Fulano é o meu amor, e o meu amor por ele é tanto que ontem fizemos amor apaixonadamente..."

Três vezes foi usada a palavra "amor" na frase citada; em cada uma, um significado diferente. E certamente o conceito divino da palavra não foi citado! 

O Amor de Deus, o conceito deste amor, é muito superior a qualquer amor humano!! Quando aprendermos o real e divino significado da palavra, não mais a confundiremos com nossos conceitos carnais e sexuais. Entenderemos que o amor se manifesta muito mais em um pai que leva seu filho para constantes, repetitivas e dolorosas sessões de quimioterapia, e não em um casal que vai para a cama para "fazer amor".

Deus se manifesta no mais puro e perfeito amor. O amor que molda sua vida e seu caráter para o FUTURO, para a ETERNIDADE. Se você quer saber sobre este amor, esqueça as definições freudianas, os clamores machistas, feministas e LGBTistas, abandone seus próprios conceitos. A Escritura tem respostas mais satisfatórias!